28 de abril de 2011

Amores Serão Sempre Amáveis

Eu já gostava da música Futuros Amantes, do Chico Buarque quando li o seguinte:

"Eu estava mexendo no violão, comecei a fazer a melodia, e a primeira coisa que apareceu foi exatamente cidade submersa, isolada de tudo... Porque cantarolando parecia cidade submersa, parecia que a música queria dizer isso. E eu tinha que ir atrás depois, tinha que explicar essa cidade submersa, tinha que criar uma história. Aí eu coloquei esses escafandristas e esse amor adiado, esse amor que fica pra sempre, né? Essa ideia do amor que existe como algo que pode ser aproveitado mais tarde, que não desperdiça. Passa-se o tempo, passam-se milênios, e aquele amor vai ficar até debaixo d’água e vai ser usado por outras pessoas. Amor que não foi utilizado. Porque não foi correspondido, ele ficou ímpar, pairando ali, esperando que alguém o apanhe e complete a sua função de amor.", Chico Buarque.

(Extraído do livro "Histórias de Canções: Chico Buarque", Wagner Homem - Editora Leya - 2009, pág. 271.)

As palavras foram absorvidas assim que terminei o parágrafo. Fiquei meditando por algum tempo olhando para o nada. Depois sorri. Todos aqueles amores não vividos por mim e por outras pessoas estavam a salvo. Nunca mais esqueci. Amores serão sempre amáveis. Um dia ainda vou tatuar isso. No corpo, porque na alma já ficou tatuado.

Um comentário:

  1. 'amores são sempre amáveis', se pudéssemos entender a essência dessa palavra.. entenderíamos porque fazemos tantas coisas sem explicação. lindo seu texto! parabéns.. ;*

    http://andreakopper.blogspot.com

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