29 de dezembro de 2011

Há 10 anos atrás...

Há exatos 10 anos eu estava em Tramandaí, com a minha irmãzinha querida, Belis, comendo pipoca com leite condensado. Tinha acabado de me formar no 2º Grau (quando ainda era 2º Grau e não Ensino Médio). Não tinha noção do que ia fazer da vida, e se eu tivesse respondido a pergunta: "Onde você quer estar daqui a 10 anos?", certamente teria errado a resposta também. Mas a morte de Cássia Eller, uma das melhores cantoras que já passaram por esse mundo, de alguma forma marcou essa etapa da minha vida. Lembro-me de assistir a notícia no jornal sem fazer muitos comentários e sem imaginar que muitas das suas músicas ainda fariam parte da trilha sonora da minha vida. Parece que foi ontem...

30 de novembro de 2011

Números



Cansei de ser número ímpar.
De ser cercada por números pares.
Pior que isso só número primo.

18 de outubro de 2011

Parce que c'était lui, parce que c'était moi.


A frase do título é do escritor francês, Michel de Montaigne
(1533-1592).

A música é de Chico Buarque.

O amor é simples. A gente é que complica.

23 de setembro de 2011

Encontros

A chuva forte nas primeiras horas da manhã já anunciavam que seria um dia daqueles. O esforço do sol para sair de trás das nuvens ainda carregadas parecia dizer: "Não tem jeito!". O encontro com o passado já estava agendado. O dia se arrastou e a noite passou voando. Para acompanhar a aceleração do coração, imagino eu. O abraço saudoso, apertado e silencioso foi mais rápido que um raio. O restante da noite parecia não fazer mais sentido. Na volta para casa, antigas lembranças rondavam meus pensamentos. A rua deserta e o vento gelado trouxeram-me a solidão, e com ela o medo. Medo da rua, medo da noite. Mas o medo maior era o de o sol não nascer mais e eu ter que viver sozinha para sempre no escuro.

4 de agosto de 2011

Reciclagem 2

Tem mais gente combatendo a poluição sonora. Desta vez foi a mimosíssima Tiê. A reciclagem é mesmo o melhor caminho. Os ouvidos agradecem.

29 de julho de 2011

Eureka!

Acordo no meio da madrugada e me pego pensando em nós. Entre um pensamento e outro, decifro a charada que há anos vinha buscando a resposta. Por que eu insisti? Simples. Te amei de todas as formas possíveis e imagináveis. Como pessoa, amante, namorado, marido, amigo, irmão... Quando uma não dava certo, tentava outra. E assim fui levando essa vida a dois que na verdade sempre foi "a um". O egoísmo nunca te deixará ver a diversidade do meu amor. Enquanto eu, finalmente, encontrei a resposta.

30 de junho de 2011

Réu Confesso

A culpa é minha. Demorei a perceber, mas hoje enxergo com a clareza das tardes de verão. Não sei por que me submetia a coisas que machucavam. Talvez pensasse que era forte. Neguei coisas para não sofrer, e de tanto rejeitar acreditei estar curada. Um dia disse sim, cedendo a tudo aquilo que a tempos rejeitava. E quando dei por mim, estava bem no meio do fogo cruzado. Vivendo algo que não era real. Os dias se passaram, e o desgaste me fez matar o amor que ainda existia. Como um tiro à queima roupa, meu não o tirou do meu caminho, quiçá da minha vida. Ouço agora o silêncio. Não me arrependo, nem sinto remorso. Tão pouco chorei. O sentimento agora é vazio. Algo que eu não conhecia ainda. Talvez seja isso que chamem de indiferença. Mas posso afirmar uma coisa, foi em legítima defesa. Era ele ou eu.

22 de maio de 2011

Overdose de Mimosura

Eu ia escrever, mas nada pode expressar o conteúdo desse vídeo. Só sei que a Oração deles salvou  meu coração.

28 de abril de 2011

Amores Serão Sempre Amáveis

Eu já gostava da música Futuros Amantes, do Chico Buarque quando li o seguinte:

"Eu estava mexendo no violão, comecei a fazer a melodia, e a primeira coisa que apareceu foi exatamente cidade submersa, isolada de tudo... Porque cantarolando parecia cidade submersa, parecia que a música queria dizer isso. E eu tinha que ir atrás depois, tinha que explicar essa cidade submersa, tinha que criar uma história. Aí eu coloquei esses escafandristas e esse amor adiado, esse amor que fica pra sempre, né? Essa ideia do amor que existe como algo que pode ser aproveitado mais tarde, que não desperdiça. Passa-se o tempo, passam-se milênios, e aquele amor vai ficar até debaixo d’água e vai ser usado por outras pessoas. Amor que não foi utilizado. Porque não foi correspondido, ele ficou ímpar, pairando ali, esperando que alguém o apanhe e complete a sua função de amor.", Chico Buarque.

(Extraído do livro "Histórias de Canções: Chico Buarque", Wagner Homem - Editora Leya - 2009, pág. 271.)

As palavras foram absorvidas assim que terminei o parágrafo. Fiquei meditando por algum tempo olhando para o nada. Depois sorri. Todos aqueles amores não vividos por mim e por outras pessoas estavam a salvo. Nunca mais esqueci. Amores serão sempre amáveis. Um dia ainda vou tatuar isso. No corpo, porque na alma já ficou tatuado.

26 de abril de 2011

Achado

A Lais achou esta frase na agenda dela: "A gente precisa vencer os medos se quiser saber o que é o amor." Diz ela que é de minha autoria. Eu não lembro. Mas o que mais nos impressionou é que a frase faz todo o sentido. Talvez, faça até mais sentido agora do que na época que foi dita. Coisas da vida.

4 de abril de 2011

Beatlemagia

No feriadão de Carnaval, eu estava em Porto Alegre e marquei de me encontrar com a Jaque na segunda-feira. Como diria a Nath, que não foi porque estava fora, "Haviam bolas de feno rolando na Rua da Praia.". A cidade estava deserta. Fomos almoçar no Centro. Caminhando sem rumo certo, entrando nas lojas, ao olhar para umas mochilas fiz o seguinte comentário: "Esses dias eu 'tava' procurando uma mochila preta, quando vi uma cinza toda escrita com coisas coloridas. Ainda brinquei: 'Que coisa mais família Restart!'. Cheguei perto e fui ver e era do Restart mesmo, guria! Isso chega a ser um desaforo! Se o cara quer uma mochila dos... dos Beatles, tem que mandar fazer..." e ela complementou: "Ou comprar em sites e pagar horrores de frete.". Eu poderia ter dito qualquer banda ou artista. Mas eu falei Beatles. O primeiro nome que me veio na mente. A banda preferida da Jaque e da Nath. Bastou isso para o universo todo agir. Saímos daquela loja, andamos mais um pouco e eu disse: "'Vamo' ali naquele 1,99!". Eu não tinha nada pra fazer ali. Não precisava comprar nada. Entramos. De repente as duas ficam paradas olhando para a prateleira mais alta. Cena digna de foco de luz e anjos tocando harpa. Uma mochila dos Beatles. Ergui os braços e peguei a mochila, quase que não acreditando. "Te odeio!" foi o que eu ouvi da Jaque. Eu só conseguia pensar em algo do tipo, "Eu deveria ter dito que queria ganhar na mega-sena! Cacete!". Fui ver o preço da mochila, outro choque. Irrisórios R$ 19,90. Sim, R$ 19,90! Era a única. Comprei e dei de presente para a Jaque. Não sei muito bem como as coisas aconteceram até agora. Procurei outra para dar pra Nath, mas ainda não consegui encontrar, ou encomendar aos céus, melhor dizendo. Já tinha ouvido falar em Beatlemania, mas nunca em Beatlemagia.
A prova.


24 de março de 2011

Primeiros Agradecimetos*

Aos meus pais que não me deixaram desistir, naquele sábado de sol que eu só queria mesmo dormir e à tarde, ir à Feira do Livro. Às minhas irmãs, pelo "Boa sorte, Mana!", em coro, enquanto eu saia de casa atrasada. Ao Senhor do Tempo, por ter parado todos os relógios do mundo por pelo menos cinco minutos. À mulher histérica que estava na frente da escola que gritando: "-CORRE QUE VAI FECHAR O PORTÃO!", na hora exata que eu descia do ônibus. À Fernanda, fiscal da minha sala, que me emprestou uma caneta quando descobri que a minha não funcionava. À gráfica, por não ter errado todas as provas amarelas. À Martha Medeiros, pela simpatia na sessão de autógrafos que eu fui depois da primeira prova, mas sobretudo por me despertar o interesse pela leitura fazendo com que eu acertasse mais uma questão na prova do dia seguinte. À minha Vivência: Tio Ed, Tia Vá, Lais, Deyse, Isabel, Patricia, Ana Paula e Zoé, minha segunda família, pela amizade incondicional, por me ouvirem, pelas orações, pelas ligações, pelos conselhos, pela presença constante em todos os momentos da minha vida. À Nossa Senhora Aparecida, por atender minhas orações. Às minhas primas “Peixas”: Denise, Liane e Cristiane, e ao meu primo Sandro, por serem minha inspiração e modelo de superação na vida acadêmica. Às minhas Teteias: Jaque e Nath, pela eterna amizade, torcida, por todos os \o/\o/\o/ nos e-mails trocados a cada boa notícia, por serem excelentes profissionais e minhas futuras sócias. Ao meu irmão, que colocou no mundo a "coisinha mais fofa" que eu já peguei no colo, meu afilhado Dinho, cuja foto me deu força nos momentos de cansaço. Ao homem desconhecido que na fila do ônibus, entregou-me um santinho de São Jorge. Ao Rafa e ao Vini, meus irmãos de coração, pela cerveja sempre gelada, pelas risadas e conversas. À borboleta monarca que pousou no meu braço. Aos colegas e amigos do IRGA, que permanecem e os que já passaram, Claudinha, Ana, Sil, Lu, Su, Jaque (Pampi), em especial ao RH e a Contabilidade, Antonio, Marcelaine, Evanir, Cibele, Céris, Marília, Olalia, Márcia, Sandra e Mauro, pelo incentivo, pelas oportunidades, pelo carinho e por toda a emoção compartilhada nesta etapa da minha vida, pelo ofício que me ensinaram e ainda ensinam diariamente. Ao Adriano do Banrisul, que agilizou a "parte bancária da coisa". Ao senhor do INSS que nem estava me atendendo, mas com um sorriso, fez as coisas parecerem mais leves. À Maria Rita, Chico Buarque  e Roberta Sá, pelo melhor do samba e da MPB, servindo de acalanto durante a longa espera na fila. Aos meus tios, tias, primos e primas, pelas ligações, abraços (dados e enviados). À minha avó Arieta, que já partiu, mas eu sei que esteja onde estiver, está sempre olhando por mim. À minha avó Francisca, que está sempre na torcida. À minha "Dinda" Tulynha, por toda a emoção e euforia quando soube da novidade. À Cândida, minha eterna mestra, que mesmo ficando "offline" por meses, sempre me dá sábios conselhos. À Carol Borne, que por situações bizarras da vida, tive o prazer de conviver por pouco tempo, mas que virtualmente está presente em tudo que eu faço, compartilhando ideias, lendo todas as "m." que eu escrevo. À Maria Helena, que sempre esteve presente em todos os momentos da minha vida, me incentivando e comemorando minhas vitórias. À Michelle, Jorginho e meu afilhado Gabriel, por compartilharem mais esta alegria comigo. Aos que por algum motivo não foram citados, peço desculpas. À todas estas pessoas, anônimas  ou  não, que de certa forma participaram desse momento tão especial da minha vida, muitíssimo obrigada!

*Este texto poderia se chamar, As trocentas mil coisas que aconteceram comigo nos últimos meses - da prova do ENEM até a entrada na Faculdade.

4 de janeiro de 2011

Devaneio

Sinto falta de algo que nunca me pertenceu, e por uma razão ainda desconhecida, essa falta se torna presença a cada dia que passa. Como a água escorre por entre os dedos ao lavarmos o rosto, ele escorre da minha vida. Sua presença aos poucos vai se tornando ausência. Mas é uma ausência tão presente nas músicas e nos livros que demorei a sentir a falta. Não percebi nem ao menos que o telefone não toca. O barulho do silêncio me enlouquece. A resposta talvez esteja em um livro que ainda não foi escrito. Ou seria a pergunta? É preciso esperar, mas a tal de "paciência" nunca foi minha companheira. E se eu saísse pela rua procurando? E se ele voltasse e eu não estivesse em casa, porque sai para procurá-lo? Não posso ficar. Não consigo sair. O silêncio grita cada vez mais alto. Se ele me trouxesse margaridas, saberia em meus olhos a resposta. Mas é inútil, porque eu sei o eu quero e ele ainda não sabe o quer. Ele está sumindo diante dos meus olhos. Seguindo pelo desconhecido, como um barquinho de papel em alto mar. Sou medrosa demais para acompanhá-lo. Só resta escrever uma mensagem e coloca-la dentro de uma garrafa, só por garantia, para que ele não me esqueça.